Os estudantes portugueses são dos que mais pagam para frequentar o Ensino Superior, constata o relatório Eurydice, que compara o nosso País com o observado noutros ao nível europeu.
No estudo em que se analisa os gastos com as licenciaturas, sobretudo, mas também com mestrados e mestrados integrados, Portugal incluiu-se no conjunto maioritário de nações que cobram propinas e outras taxas pela frequência universitária. O nosso País, no entanto, distingue-se ainda por fazer parte do lote mais restrito de nove países (com a Irlanda, Espanha, Itália, Letónia, Lituânia, Hungria, Holeanda, Suíça e Portugal) em que cursar o Ensino Superior custa anualmente entre mil e cinco mil euros só em propinas.
Em extremos opostos estão a Grã-Bretanha (excluindo a Escócia, que não cobra propinas) e a Estónia, a primeira por cobrar mais de cinco mil euros de propinas, a segunda por só cobrar em caso de não-aproveitamento e, mesmo nesse caso, deixando a possibilidade de a faculdade decidir sobre a isenção do aluno.
O Eurydice refere-se igualmente às bolsas de estudo, notando significativas diferenças entre os países do Norte da Europa, com a Finlândia em destaque, nos quais as bolsas são mais elevadas, e os restantes territórios. Neste aspecto, Portugal surge entre as nações em que o valor potencial das bolsas outorgadas pelo Estado é mais elevado (o que não é estranho sabendo-se que podem ascender à quase totalidade do valor da propina), porém, está entre os que registam uma menor percentagem de abrangidos, 17 por cento (dados de 2013-2014), e, sobretudo, é aquele em que as «bolsas de valor elevado por necessidade financeira estão apenas disponíveis para uma minoria dos alunos», adverte-se.